quinta-feira, 1 de julho de 2010

Eu, o Vento e a Solidão.

O vento transmite-me paz de espírito. Não sei bem explicar o que ele na verdade me transmite, mas é algo simples. Simples e complexo. Não sei se é possível juntar estes dois termos mas a verdade é que são eles que descrevem resumidamente o que eu sinto quando o vento bate na minha face, nos meus longos cabelos que voam na direcção que o mesmo quer. O vento por vezes deixa-me voar. Deixa-me ir do pensamento mais longínquo até ao mais perto. Deixa-me ir até às estrelas à procura de algo que com o tempo saberei de que se trata. Deixa-me ir ao encontro da estabilidade, sem que seja necessário ir em busca dela. Ele deixa-me voar, sem que sejam necessárias asas. Eu voo, eu vou em busca. De quê? Não sei. Mas a verdade é que voo. Não sei o meu destino, mas ele está traçado com linhas que foram desenhadas com canetas permanentes. Não posso mudá-lo. O que importa é que voo sem fim, sem algum dia ter-me sido concedidas asas. Sem nunca ter sido necessário ter aulas para aprender a fazê-lo. Eu voo, vou à procura de dias melhores ou piores, não sei, a verdade é que voo, e vou ao encontro do bem-estar. Preciso dele como o ar que respiro. Agora tenho 2 amigos: o vento, que é espectacular. É inabalável, é instável, mas não magoa, dá-me paz de espírito, é tranquilo, sinto-me tão bem quando ele está presente, é tão, mas tão bom; a solidão, ui, essa é óptima. Não me trai. Está sempre comigo. Independentemente das circunstâncias, ela está presente, bem presente. Pois bem, a solidão é a minha amiga mais recente. Ela é querida. A sério que é. Mesmo sabendo que só estou com ela, que é nela que posso confiar e que só dela posso tirar felicidade, ou melhor, estabilidade, não me importo. Ela não me deixa. Anda comigo para todo o lado. Deixa-me fazer aquilo que acho certo. Não me prende a nada. Ela é-me fiel. Confio-lhe os meus segredos, se é que os tenho. A ilusão é sempre o meu maior problema. Sabes, quando sobes muito (até em demasia), pensas que estás no caminho correcto, e sobes, sobes alto, MUITO ALTO. Pensas que és o rei do mundo e que ninguém é superior a ti, e mais uma vez, sobes. Até à mais alta montanha, até ao vale mais alto, até ao topo de um arranha-céus, até ao cimo da Torre Eiffel, se for necessário. E depois? Cais. Cais do nada. E na queda não tens ninguém que te segure. Estás a cair, e olhas para baixo, o que vês? Um buraco. Um buraco fundo, MUITO fundo. É preto. Não consegues ver o fim, mas ele aproxima-se. Nestes segundos consegui ver toda a minha vida… todos os momentos que passei. TUDO. E caí. Estou agora nele. Não sou eu que estou a falar, é o meu corpo. A minha alma está longe, bem longe daqui.

Estou metida no buraco que eu mesma criei.

4 comentários:

  1. Não está nada demais querida!
    E adorei o teu texto!
    É perfeito *.*

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  2. os meus textos nao sao nada de especial $:

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  3. Novo Blog (livre):
    http://silenciodosegredo.blogspot.com/


    {devido a motivos pessoais, este blog vai ser privado}

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