terça-feira, 24 de agosto de 2010

Quais problemas, quais quê?!




Sempre quis perceber os valores morais. Sempre quis perceber o porquê do mundo estar virado do avesso. O meu mundo que parece tão simples ao lado do mundo daqueles que não tem nem um simples pão duro para se alimentarem. E eu simplesmente dificulto tudo. Dou valor a quem não devia dar, entrego-me a cem por cento e acaba sempre em sofrimento, em discussões com os meus pais porque concordam que não deva ‘fugir’ aos problemas, mas sim enfrentá-los, e de certa forma concordo plenamente com eles, mas a estratégia de ‘enfrentar os problemas’ não está a dar resultado algum, ou melhor, não estava, e onde é que eu ia mesmo? Ah, já sei: em solidão completa, quer dizer, completa nunca é, felizmente tenho o ombro que necessito desde o dia que vim ao mundo, pelo menos esse nunca me faltou. O pior já passou, agora é a altura dos arrependimentos, mas se querem saber, como os brasileiros dizem: ‘não estou nem aí’. Estou-me completamente a borrifar se agora precisam de mim, se sou a melhor em termos de amizade, se sou isto ou aquilo. O quê que me importa neste momento? Ser a aluna que fui nos anos anteriores a estes. Aluna de excelentes notas, às quais me orgulhei bastante, e agora apenas sinto saudades. Mas é neste ano, é neste ano que vou mostrar a todos quem eu sou, e que agora para eles, e somente para eles, vou ser um monstro de duas pernas e o meu primeiro nome vai ser: Crueldade; e o último: Desconfiança. Parece-me bem, Crueldade Desconfiança, bonito nome, talvez se algum dia tiver um filho, poderá ter esse nome. Estou a brincar, meu Deus. Não desejo nem metade do que eu passei/passo nem ao meu pior inimigo (na verdade não tenho inimigos). Realmente, todos os meus problemas, à vista daquele sem-abrigo que se encontra deitado no chão muitas vezes apenas com um cobertor e com uma lata/chapéu e ao qual todos ignoramos, alguns por medo de que este se levante e lhe dê um murro (como se isso fizesse algum sentido), outros por nojo (julgando apenas pela aparência), outros por se acharem superiores… Mas será que no mundo em que estamos todos, ainda não houve ninguém que chegasse à mesma conclusão que eu cheguei?! NINGUÉM É SUPERIOR A NINGUÉM. Somos TODOS iguais. Nascemos todos da mesma maneira, temos duas pernas, dois braços, uma boca, um nariz, dois olhos, duas sobrancelhas… E agora, abro os meus horizontes. Antes de criticar alguma coisa/pessoa, olho bem para mim; antes de começar uma nova amizade, dou um passo atrás e deixo o outro dar um à frente, só assim percebo se é realmente verdadeiro; antes de julgar alguém, penso nos meus erros, embora pensem que não o faço. Tenho pouco, mas o pouco que tenho não é bom, é óptimo, disso tenho a certeza.
Somos todos diferentes, mas no fundo todos iguais.

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