segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ponteiros do relógio.


Hoje estava em plena aula de matemática e, de repente, olhei para a parede que se encontrava à minha frente. Lá estava o grande relógio de parede habitual. Um grande relógio realmente. No instante o ponteiro das horas e dos minutos marcavam as 14:13h e o dos segundos marcava 43 segundos. E naquele preciso momento, abstraí-me do que o professor explicava, do burburinho habitual dos meus colegas de turma, dos aviões de papel que voavam enquanto o professor escrevia no quadro branco… abstraí-me de tudo. E, consegui ouvir os ponteiros. Os ‘tic-tac-tic-tac’… batiam coerentes com o meu coração. Por momentos ouvi o tic-tac como o bater do meu coração. E parei mesmo. Fiquei estarrecida a observar o grande relógio, a observar maioritariamente o ponteiro dos segundos. Era como não sei bem o quê, na realidade. Pensei em quantos segundos me restavam, em quantos segundos a minha vida poderia mudar… tudo questões de meros segundos. E, visto que sou humana, pestanejei. Mas qual foi o meu espanto quando olhei de novo e vi o ponteiro a acelerar! Passou dos 12 segundos para os 14 com uma velocidade incrível, fiquei tão estupefacta que nem respirei! E, para ter a certeza que não estava a sonhar, pestanejei novamente, na esperança de que o sucedido se repetisse… mas… não. Repeti-o vezes sem conta, mas… nada! O que terá sido aquilo?! – Interroguei-me. Mas, mais uma vez… nada. Terá sido um sinal?! Um sinal de quê? – Perguntei-me eu, novamente. Mas, neste caso, eu sei a resposta: um sinal de que a vida vai acelerando, sem que demos por tal. Um sinal de que devemos fazer tudo hoje, pois poderá não haver um amanhã. Um sinal de que devemos dizer um “amo-te” hoje a quem realmente merece que digamos, pois amanhã, poderá ser tarde demais. Um sinal de que a vida não vai parar, vai com o vento, temos tudo a dar, não percamos tempo. Um sinal que Ele existe, e que se sempre tive fé, agora, depois de tantas provas concretas, porque não ter ainda mais?! Um sinal para mim, mas também para todos os que neste momento observam atentamente este texto – um sinal de que a vida é um curto intervalo de tempo, neste caso, de meros segundos; e um simples pestanejar de olhos poderá mudar tudo. A vida é isso mesmo: «um simples pestanejar de olhos». E tu? O que vês quando fechas os olhos? Escuridão? Não acredito. Eu, por exemplo, vejo o meu mundo. Por vezes, quando sigo em linha recta pela estrada, fecho os olhos… é tão magnífico! O barulho dos carros, do vento, das folhas das árvores (…); os cheiros (…) e a visão. A perspectiva de vida de olhos fechados. É óptimo. Imaginar o mundo, como a nossa própria cabeça o cria. Vou encarar a vida, é o meu dever. Mas… de olhos fechados, é o caminho mais difícil que eu quero seguir, pelo menos, hoje, pois não sei se o amanhã irá existir ou se oculta num simples pestanejar de olhos.

3 comentários:

  1. Que texto perfeito! :o
    Tens toda a razão <3
    E por isso, aqui fica um amo-te, merecido! ;')

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  2. Dificil não significa impossível.

    Obrigada, também gostei do teu blog**

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