quinta-feira, 4 de novembro de 2010

é fácil falar, difícil é entender.


- Vai pela direita, depois pela esquerda anda sempre em frente e em seguida vira no segundo corte, ela encontra-se lá.
-Obrigado.
O caminho da direita era tão claro, tão branco… era difícil abrir os olhos. Até que chegou o caminho da esquerda. Esse pelo contrário era escuro, tão escuro que nem a própria escuridão se via. Com receio da plena escuridão, optou por fechar os olhos e apenas andar. Sentiu um calafrio. Era o primeiro corte – tão elucidativo e ao mesmo tempo tão cativante… caminhou sempre até sentir o segundo calafrio. Aí, virou tal como lhe fora indicado atrás. Que túnel era aquele?! Espelhos a cobrir todas as paredes, tecto preto, chão igualmente negro… até que avistou alguém. Encontrava-se ela. Sentada, com os joelhos erguidos e a cabeça encostada aos mesmos. Os braços encontravam-se a rodear as suas pernas. Avançou. E ela, nem mesmo ouvindo a melodia dos seus passos ergueu a cabeça ou estremeceu, nada. Estranhou, mas, mesmo assim, continuou a avançar. Até que se aproximou. Chamou-a pelo seu nome. E… nada. Limitou-se apenas a continuar exactamente na mesma posição. Até que já assustado, pegou-lhe num braço, levantou-o o mais possível e largou-o, tombou com uma força horrenda. E, nesse preciso momento, apenas o braço se moveu por mãos alheias, todo o corpo se mantivera intacto. Exigindo que se mexesse ou desse sinal de estar a sentir o que lhe fizera, ergueu-lhe a cabeça. Os seus longos cabelos tapavam a sua cara redonda. Segurando a cabeça com a mão esquerda, afastou-lhe os cabelos do rosto com a mão oposta. Encontrava-se com os olhos fechados, embora a sua cara se encontrasse molhada e, especialmente, as suas pálpebras. Os lábios estavam semi-cerrados. Conseguira ver-lhe os seus quatro dentes da frente, mas mais nenhum. Baixou-lhe novamente a cabeça, mas desta vez, com muito cuidado. Deitara-a. E pusera a sua mão direita no lado esquerdo do peito… nada se sentiu. Numa segunda tentativa, pusera-lhe os dedos indicador e médio no lado esquerdo do pescoço e… nada. Numa terceira e última tentativa, pusera-lhe os mesmos dedos na parte inferior do pulso, e, mais uma vez… nada. Sem dúvidas, ela encontrava-se… morta.
Ela sou eu. Ele são aqueles que me seguem, lutam, e, sobretudo, me amam. Aqueles que nunca desistiram de mim. Neste momento, estou a chorar. Não por me sentir morta, mas por acabar sozinha. Sozinha e abandonada, mesmo sabendo que há sempre alguém que está comigo. Triste e amargurada, mesmo que me digam que me estou sempre a rir. A tremer, não do frio, mas da desilusão. Desiludida com todos os que me rodeiam, desiludida com o mundo, e, sobretudo, desiludida comigo. Eu não vou aguentar muito mais. Vou desistir de mim e de todos os outros. Vou desistir de viver. Não vou, já desisti. Adeus vida.

9 comentários:

  1. É sim senhora ;)

    Obrigada por comentares e fico feliz por gostares do blog :D

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  2. Palavras bem sentidas. Gosto :) *

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  3. obrigada querida. vou seguir, gostei muito do teu blog *

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  4. Desistir, apenas diz que já não tens condições de sofrer...


    Não te esqueças de fazer uma visitinha ao meu reino :)

    Bom resto de fim-de-semana *

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  5. nao desista. tente ate nao poder mais. ai pare e recomeçe. :)
    ;*

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  6. Desistir não pode nem deve ser opção *

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  7. que palavras <3


    olha devido a ninguem ou quase ninguem visitar este blog que estas a seguir vou começar a postar as fotografias no meu outro.
    se quiseres seguir (http://silenciodosegredo.blogspot.com/)
    esta a vontade.

    oBRIGADA :)

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